segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Sei lá

Run into yourself, not away from you...

Tentarei correr para dentro, onde estou mais perto de mim, evitando, como de costume as fugas para longe, só para me esquecer de quem sou.

Não sei que fase, episódio ou etapa é que estou a atravessar, nunca me senti tão impaciente, insegura e sobretudo tão só!

Custa acreditar mas até os mais simples rituais e rotinas que tinha, já não me apetece fazê-las sozinha, perdi o gozo, o prazer destes momentos em que era livre.

Agora gosto de estar acompanhada, mesmo até para beber um simples café. Ao que cheguei...

Sempre disse que adoro o meu espaço e que assumidamente gostava de ser uma mulher só.

Mas agora o que antes sentia parece não fazer mais sentido e é exactamente o contrário que pretendo. Cada vez que surje uma oportunidade para isso, fujo na direcção contrária àquilo que quero e escolho sempre a  pior opção, a que me vai deixar ainda mais triste, ainda mais só!

Tenho de resolver o que está inquietanto o meu coração, só assim poderei acabar com estas incertezas, teimosias, impaciências que me consomem, desgastam e que apagam a marca daquilo que sempre julgo ter sido!

Uma pessoa que julgava conseguir controlar o que sentia  não deixando transparecer aos outros o que ía cá dentro, para que a partir daí, não conseguissem minimizar a minha força e destruír as minhas defesas.

Adorava quando me sentia sossegada e tranquila, vivendo o dia a dia e entretendo-me e divertindo-me com coisas simples, singelas e bonitas que a vida nos dá e que contribuíam para me sentir bem.

Agora sinto uma inércia total, nada faz sentido nem gera resultados.
Algo aconteceu. Formulo hipóteses, teorias, jogos, filmes, estratagemas para as coisas que penso, sem as revelar a ninguém.

É uma espécie de jogo de xadrez solitário ou um monólogo. Crio expectativas, diálogos, fantasias, tudo fruto da minha imaginação, que está neste estado, porque está vazia, oca e sem objectivos defenidos.

Às vezes, aliás muitas vezes, não consigo entender porque faço e ajo de determinada maneira, para no momento a seguir me arrepender e não reconhecer porque o terei feito.

 Quando isso acontece, os outros, como é normal, não me entendem e eu, como defesa, magoo, ataco e coloco-os a léguas de mim, sem ser isso o que queria.

Cá dentro está tudo em estado de ebulição, não sei medir em graus, nem em escalas, mas fervilha...

Enfim, porque serei assim?

Tenho de mudar o meu barco para outro porto, ou aliás, tentar descobrir onde está o problema. No barco ou no porto?

11/10/2010